segunda-feira, 23 de maio de 2011

A Alienação da Realidade


Criamos mundos, planetas, culturas.
Criamos histórias, filosofias, aventuras.
Criamos vítimas, paradoxos, guerras; e idealizamos lugares perfeitos.
O vento se faz turvo nos recônditos de nossa mente pertubada.
Somos alienados, grotescos e selvagens.
"Não requer entendimento!", diz o letreiro luminoso do Raciocínio.
Nonsense.
Tudo o que puder ser feito! - grita o Chefe do Controle - Façam tudo o que puderem para esconder a Verdade e distrair os imortais da Terra.
Imortais.
Vidas curtas que refletem na eternidade!
Mas por mais que o Escapismo nos convide para dançar; esse mundo, essa vida e uma decisão, são tudo o que nós temos agora.
O que decidiremos pois?
Uma Dura Realidade sai da fumaça de narguilés de lagarta, surrupiando nossa fé e dizimando bons pensamentos. E como é irônico constatar o quanto essa Realidade é falsa!
E acima das Ilusões inebriantes, dos Cavalos feitos de Sonho, das Viagens, aventuras, perigos e tragédias; um Rei ergue-se de Seu Trono de Glória, e lentamente desce os degraus da Humilhação, calcando a Mediocridade e o Marasmo.
Então Ele estende os braços de Amor...
Subiremos com Ele ou continuaremos nós alienados na realidade grotesca que criamos e que tão arduamente nos esforçamos para torná-la mais prosaica?
Ele espera.
Espera até uma determinada hora.
E quando ela chegar Ele não poderá mais se deter! E levantar-se-á para que o mundo acabe, a dor cesse, as lágrimas sejam enxutas e os versos se façam eternos!

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