sábado, 4 de junho de 2011

Filho Pródigo

Uma música se escuta ao longe. O vento a traz como um cavalheiro carrega uma dama; e na desesperança e no medo, a canção recorta o ar e atravessa a carne, direto no coração, direto no peito que imediatamente começa a abrasar-se! Então o rapaz cai em si; é uma música do Reino do Amor, do Reino do Papai. Então nada mais importa; Só o Amor do Eterno! E a canção continua a tocar estremecendo as Sombras; ela diz:

Levante-se agora!

Sim! Levante-se e vamos lá!

Vamos voltar!

Vamos surrupiar as Trevas e cavalgar os Sonhos

Vamos apunhalar a Morte e morder as nuvens

Precisamos!

Precisamos navegar em águas mais profundas

Precisamos passar pelos Portões Reais outra vez

Levante-se e busque lenha

Sempre avante, Sempre à frente

Então cantaremos versos perenes e palavras de amor

E ganharemos sandálias, e anéis de ouro

Para perto da Vida e longe da Dor

Além das brumas, e da Desolação

Para sempre perto do Pai. Por toda a eternidade.

Um comentário:

  1. É como se a cada texto escrito uma nova onda de tato e maturidade tomasse conta do escritor. E as velas enfunadas com o que há de melhor e mais profundo.

    ResponderExcluir