O amor é um dos sentimentos mais
democráticos, conhecidos, almejados e sublimes existentes. E embora muito seja
dito ou afirmado sobre ele, o que me proponho a discorrer nestas linhas diz
respeito a um tipo de amor, uma espécie esquecida e outorgada aos limiares da
plataforma, um tipo de amor raríssimo, e que talvez seja ele mesmo a própria
essência do sentimento em si.
É bom, então, esclarecermos alguns
pontos sobre o conceito de amor, porque me angustia o fato de que muito que se
diz ser amor, na verdade é outra coisa, muito embora esteja ligada ao
sentimento (se é que me fiz entender).
E agora que mal escrevi estas parcas
letras me ocorreu que preciso antes fazer uma declaração para você, caro
leitor, porque não posso de jeito nenhum continuar, sem lhe pedir desculpas por
me achar no direito (altamente deselegante) de expressar minha opinião sobre o
tema, e não só isso como dar definições de coisas tão inefáveis e maravilhosas,
que o certo mesmo era permanecer calado (digo isto sem ironias).
Devemos deixar claro que o amor
precisa do Tempo: uma mãe que espera um filho, dois amigos, um homem depois de
conhecer uma mulher. O amor não se trata de sexo, muito embora o sexo possa ser
uma expressão de consumação desse amor; o amor, tampouco se trata de atração
física, muito embora em algumas situações isso faça parte; o amor não é apenas
sorrisos e abraços e beijos, antes é um Algo Transcendente que brota depois de
um tempo entre duas pessoas distintas (ou não). E é muito mais que um simples
apreço; o amor é esse Algo que não pede por nada, mas apenas entrega.
Dois jovens podem se dizer
apaixonados, e aqui eu não quero ser reducionista ao separar os sentimentos em
paixão e amor. Na verdade, porque acho que quando um homem olha para uma mulher
com algum interesse sério ele não sinta nenhuma dessas coisas, e o mesmo se dá
com a mulher.
Homem: Concentra-se apenas na
beleza física (pelo menos num primeiro momento). Podem analisar outros quesitos
também como status financeiro e atração física.
Mulheres: Analisam-se diversos
quesitos, entre eles - status social (grau de popularidade no seu microcosmo);
status financeiro; beleza física e atração, e fator argumentativo.
Analisando friamente: como se vê
não há espaço para aquele amor dos filmes água com açúcar, pelo menos não
aqui.
Ou seja: muito do que se faz
referência ao amor, na verdade é só atração física; mas o amor não pode
depender dessa atração, ou de dinheiro ou de beleza ou de boas conversas; é por
isso que ele é essa força transcendente, porque a essência do amor só surge
quando não se tem nada para oferecer, e esse
amor despido de interesses é a base para todo o sentimento.
Essa espécie altamente rara e
fugidia do amor é mais comum que seja encontrada em casa, entre nossos
familiares (em vários casos não); porque são nossos familiares que conhecem
nossos defeitos, mas decidiram nos amar mesmo assim. É um amor que independe de
bastante coisa.
Voltando ao exemplo de homens e
mulheres: o tempo que age sobre o conhecimento entre os dois, muito embora
ligados por razões diversas, pode sim levar a esse amor transcendente, que como
todo sentimento precisa ser nutrido e cuidado.
No fim das contas, o amor nada mais
é que uma decisão, entretanto não posso afirmar que apenas decidir amar alguém
vá de fato ocasionar alguma diferença; e essa é uma das coisas mais bonitas a
respeito do amor, do verdadeiro amor: ele precisa ser retirado das entranhas do
nosso coração e da nossa alma; em outras palavras, é imperativo que esse amor
seja pessoal; não podemos amar como um dever, aí não seria amor, mas farsa.
Na verdade, quase todas as coisas
que fazemos, fazemos com um interesse por trás; pode parecer exagero, mas é a
verdade. Nossas ações são cuidadosamente planejadas para que possamos conseguir
tudo o que queremos, e até nossas demonstrações mais nobres de afeto apontam
para um interesse oculto e muitas vezes egoísta, partindo do princípio de que
não há altruísmo em nossas ações.
Logo amar sem esperar nada em
troca, é a ação que se espera do amor verdadeiro, e é esse tipo de sentimento
que pode surgir depois de um tempo entre duas pessoas, e que age sobre os dois
quando estes nada tem a oferecer um para o outro; é esse amor que apoia, que
acredita, que espera e que fica firme, embora as coisas se balancem.
O Amor Altruísta é extremamente
raro, e até mesmo nas famílias, onde era mais facilmente encontrado, está desaparecendo.
Precisamos, no entanto, buscar esse amor tão difícil, sendo mais verdadeiros, e
menos egoístas, egocêntricos e mentirosos.
É imprescindível dizer que o amor
precisa ser nutrido, porque como todo bom sentimento ele está sujeito a
instabilidade (daí o amor ser também uma decisão); ele também precisa ser
estimulado e desenvolvido, porque você já deve estar ciente de que existem
níveis de amor, níveis no que diz respeito à intensidade.
Sobre a instabilidade: você
continuaria amando uma pessoa do mesmo jeito depois de descobrir que ela tenha
feito coisas altamente macabras, excetuando-se laços de sangue?
Provavelmente não. Isto porque a decisão de amar também interfere no processo amar, muito embora a decisão por si só não faça diferença, é necessário uma atitude das profundezas da alma e do coração.
Provavelmente não. Isto porque a decisão de amar também interfere no processo amar, muito embora a decisão por si só não faça diferença, é necessário uma atitude das profundezas da alma e do coração.
Como se vê, o nosso amor tão pouco
profundo, é o reflexo de Algo Maior, do Amor Verdadeiro, do Amor de Deus.
E
esse amor é totalmente altruísta, por nos
amar da maneira que somos sem esperar nada em troca desse amor, um amor
sublime, eloquente e selvagem e furioso, que ruge sobre nós como um tornado
impetuoso. É o amor de Deus, o amor do Pai.
O
amor verdadeiro sem hipocrisia.
Que
possamos então refletir a respeito desse amor de forma que sejamos mais
honestos, puros e menos hipócritas.
Amemos.
Forma madura de falar do amor.
ResponderExcluirGeralmente, quando eu falo sobre o amor, costumo lembrar dos votos matrimoniais onde os verbos comuns são PROMETO, DECIDO ou ESCOLHO. Ou seja, os votos que os noivos fazem giram mais em torno de escolhas do que de sentimentos.
Parabéns pelo texto, Dan peninha! ^^
Texto muito bom e com mtas verdades! Mantendo a qualidade do Sr.Tinteiro!
ResponderExcluirA QUALIDADE DE SEUS ESCRITOS ME SURPREENDEM.ESSE TEXTO EM ESPECIAL MOSTRA O AMADURECIMENTO E A SIMPLICIDADE COMO VC ENCARA ESSE SENTIMENTO TÃO PURO. PARABENS
ResponderExcluirAmor despido de interesse.Isso é amor e desse amor se morre,como dizia bem o Dias.
ResponderExcluirGostei muito do texto,Danilo.
Parabéns!
Hortência Melo
Aprendi a reconhecer o amor, não somente como sentimento, é algo que perpassa, Amor é graça, é atitude dá novos significados todos os dias, as pessoas que escolhemos amar, mesmo com aquele universo de limitações que cada um trás. O AMOR depende de eu quero e de um eu espero. Danilo, você fala de um jeito que nos faz esperançar no amor, onde muitos já desistiram, pelo menos, até quando alguém mostrar que ainda vale a pena, muito a pena. \0/.
ResponderExcluirContinue falando das coisas que acreditas. PAZ E BEM!